terça-feira, 29 de janeiro de 2013


                                    Hipertensão e envelhecimento



  Devido ao crescente aumento da população idosa, principalmente em países desenvolvidos, é esperado uma maior ocorrência de doenças crônicas degenerativas com o passar dos anos. A hipertensão arterial é um fator de risco que afeta grande parte da população mundial, principalmente  na faixa etária acima dos  60 anos de idade. Aproximadamente 65% dos idosos são portadores de hipertensão arterial sistêmica no Brasil, o que tende a aumentar ainda mais com o crescente envelhecimento populacional. De acordo com a American College of Cardiology Foundation e a American Heart Association, 64% dos homens e 75% das mulheres acima dos 70 anos têm pressão alta. Porém, apenas um em cada três homens e uma entre quatro mulheres desse grupo controlam a pressão arterial adequadamente.


                                                



                              
    Alguns estudos demonstram  que o aumento da pressão arterial ao decorrer do avanço da idade tem relação com a hiperatividade do sistema nervoso simpático, com a diminuição da complacência e da distensibilidade do sistema arterial em indivíduos idosos  hipertensos. O diâmetro aórtico é aumentado de 15% a 35% no período dos 20 aos 80 anos de idade. Ocorre a fragmentação da elastina e um aumento de colágeno no tecido conjuntivo, o que diminui a elasticidade e um consequente aumento da resistência vascular periférica na aorta. A hipertensão sistólica isolada nos idosos acontece com muita frequência devido ao endurecimento da aorta, visto que a pressão sistólica tem a tendência de se elevar durante toda a vida. Já os níveis de pressão diastólica aumentam até a faixa de 55 aos 66 anos e, então, seus níveis lentamente declinam após essa idade. Dessa forma, o aumento de incidência de hipertensão arterial sistêmica no idoso se deve em grande parte ao aumento da frequência de hipertensão sistólica isolada. São diversos os fatores de risco que levam ao desenvolvimento da hipertensão arterial em idosos, dentre eles:


   ·    Ganho de peso corpóreo, sendo que ,em excesso, a probabilidade de desenvolvimento de  
       hipertensão aumenta de 2 a 6 vezes.                                           
  1. ·     Falta de regulamentação dietética, já que muitos idosos ingerem quantidades altas de sal pois    a sensibilidade dos receptores de sal na boca é diminuída com o avançar da idade. Associado ao baixo consumo deste, a dieta deve conter baixo teor de gordura, colesterol e sódio e elevado teor de potássio e fibras.
    ·   O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial. Uma quantidade de ingestão  superior a 30 ml de álcool por dia é capaz de dobrar a probabilidade de o indivíduo desenvolver um quadro de hipertensão, comparado com aquele que não consome álcool.
    ·     Vida sedentária com  ganho excessivo de peso, o que pode ser agravado pela falta da prática        de exercícios aumentando o fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão.
    ·      Herança genética comum entre os membros da família.
    ·      O uso de medicamentos que contribuem para a elevação da pressão do sangue e que também pode interferir a eficácia da ação de drogas  anti-hipertensivas como anti-inflamatórios, descongestionantes nasais, ciclosporina, antidepressivos tricíclicos, inibidores oxidases não aminos. 

                     

                Você sabia que a posição em que é medida a pressão arterial em idosos interfere os resultados obtidos? A pressão medida na posição vertical (em pé) ou horizontal ( deitado ou até mesmo sentado) podem ser distintas ao  compara-las. A queda de 30% ou mais da pressão arterial sistólica quando o idoso se encontra em pé, após estar em posição sentada, pode ser chamada de hipotensão postural. Dessa forma, para a adequada mensuração da pressão arterial, é recomendado medi-la nas duas posições para a obtenção de resultados fidedignos.

    Referencias bibliográficas:

    http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/907826-controle-de-hipertensao-em-idosos-ganha-diretriz.shtml
    http://www.acemfc.org.br/sites/default/files/artigos/hipertensao_arterial.pdf

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