Exercícios Físicos
Através do treinamento físico
moderado e regular, a promoção da queda da pressão arterial é realizada pela
redução da atividade simpática periférica e do tônus simpático cardíaco. Como
consequência, ocorre a diminuição da frequência cardíaca de repouso e a queda do débito
cardíaco. Quando o relaxamento é associado ao exercício aeróbico, a queda
pressórica é ainda mais duradoura, sendo indicado a ação conjunta de
ambos. Para melhor compreender os mecanismos envolvidos na redução pressórica,
é importante definir alguns conceitos envolvidos nesse processo.
O que seria o débito cardíaco (DC)?
O débito cardíaco é expresso em
litros por segundo e pode ser definido pelo volume de sangue ejetado na
principal artéria por cada ventrículo na circulação pulmonar ou sistêmica. Em
outras palavras, o DC seria o volume de sangue bombeado em um minuto durante as
sístoles cardíacas para que as necessidades dos tecidos celulares sejam
atendidas. O produto da frequência cardíaca e o volume de ejeção (o quanto de
sangue é bombeado por batimento cardíaco) também define o conceito de DC.
O débito cardíaco é diretamente
dependente da diminuição da resistência vascular periférica que ocorre nos
músculos durante a realização de exercícios, que proporcionam movimentos
corporais, devido á vasodilatação das artérias que suprem o sistema muscular em
atividade. A ação do coração como bomba é efetivada pelo estímulo simpático
durante o exercício por meio da elevação da frequência cardíaca e da
contratilidade miocárdica. É através da estimulação simpática adquirida através
de exercícios físicos que causa um aumento do DC. Esse aumento pode ser causado tanto pelo
aumento do volume de ejeção quanto da frequência cardíaca na execução de
exercícios. Outro fator que contribui para a elevação do débito cardíaco é o
aumento no retorno venoso.
O que seria o volume de ejeção?
O volume de ejeção pode ser
definido pela quantidade de sangue ejetado no interior de vasos sanguíneos no
momento da sístole ventricular. No momento do exercício físico ou em período de
repouso, o volume de ejeção será regulado pelo volume diastólico final
(quantidade de sangue contido nos ventrículos no final da diástole), pela
pressão aórtica média e pela força da contração ventricular. O aumento da força
de contração é acarretado pelo aumento do volume diastólico final devido ao
alongamento das fibras cardíacas. A taxa
de retorno venoso ao coração também interfere na quantidade de sangue ejetado,
causando seu aumento. A bomba muscular e a bomba respiratória são responsáveis
pelo aumento do retorno venoso durante o exercício. Contudo, a pressão aórtica age
como uma barreira de ejeção do sangue pelos ventrículos. Dessa forma, para que
o sangue seja efetivamente ejetado, a pressão ventricular deve ser superior à
pressão exercida pela aorta, já que com o aumento desta, o volume de ejeção é diminuído.
Esses quatro fatores que determinam o volume de ejeção proporcionam a força com
a qual o sangue é ejetado e a pressão contra a qual este deve fluir nas
artérias, de modo a permitir um trabalho mais eficiente do coração durante o
exercício. A adrenalina e noradrenalina circulante afetam o volume ejetado,
assim como a estimulação simpática do coração pelos nervos aceleradores
cardíacos, causando um aumento da contratilidade cardíaca.
Resistência periférica cardíaca
A passagem de sangue pelos vasos
determina uma maior ou menor dilatação no local. Quanto maior for o comprimento
do vaso, maior será a superfície da parede vascular e maior será o atrito entre
ela e o fluxo sanguíneo. Ou seja, quanto maior for o comprimento do vaso, maior
será a resistência do fluxo sanguíneo. A resistência periférica cardíaca é
determinada pelo tônus vasomotor relativo (soma da vasodilatação e
vasoconstrição do sistema vascular). Uma relação inversamente proporcional
entre o débito cardíaco e o tônus vasomotor relativo caracteriza a distribuição
do fluxo sanguíneo que atua sobre o retorno venoso e sobre o débito cardíaco. A
resistência envolve tanto o comprimento e o raio do vaso, quanto a viscosidade sanguínea. O fluxo
sanguíneo é diretamente proporcional à pressão do sistema e inversamente
proporcional à resistência.
Dessa forma, algumas modificações
fisiológicas são adquiridas por meio do exercício físico moderado. A espessura
do miocárdio é aumentada assim como a força de contração, as câmaras cardíacas,
a vascularização do coração e o peso cardíaco.
Referencias bibliográficas: http://www.periodicos.unir.br/index.php/semanaeduca/article/view/148/188
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