quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sistema renina-angiotensina-aldosterona no controle do estresse

   Já falamos em postagens mais antigas a relação entre o famoso sistema renina-angiotensina-aldosterona e o aumento da pressão arterial. Mas o que ainda não havíamos falado era da sua resposta na manutenção da homeostase frente ao estresse. Em situações de estresse há um aumento na secreção de renina e, consequentemente, também de angiotensina II.
   A renina, quando em situação de estresse, é ativada pelo sistema nervoso simpático e atua em uma grande quantidade de receptores, como os AT1, localizados na musculatura lisa vascular e na cardíaca, nas glândulas adrenal e hipófise e nos gânglios simpáticos. Quando esses receptores se ligam à angiotensina II, promovem a vasoconstrição, seguida do aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.
   A angiotensina II trabalha de forma a promover uma resposta cardiovascular a esse estresse por meio de receptores vasculares ou cardíacos ou também de forma indireta através da regulação do SNA simpático, o que é muito importante para o retorno do equilíbrio e para a adaptação ao estresse agudo.
   Porém, vale ressaltar que, em situações de estresse crônico, a produção de aldosterona fica diminuída a partir da inibição da enzima aldosterona sitetase e a atividade da renina é estimulada pelo sistema simpático, lembrando que a prevalência dessas alterações do sistema renina angiotensina aldosterona aumentam os riscos de doenças cardiovasculares.

Referência:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2002000500012&script=sci_arttext 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013


                                    Hipertensão e envelhecimento



  Devido ao crescente aumento da população idosa, principalmente em países desenvolvidos, é esperado uma maior ocorrência de doenças crônicas degenerativas com o passar dos anos. A hipertensão arterial é um fator de risco que afeta grande parte da população mundial, principalmente  na faixa etária acima dos  60 anos de idade. Aproximadamente 65% dos idosos são portadores de hipertensão arterial sistêmica no Brasil, o que tende a aumentar ainda mais com o crescente envelhecimento populacional. De acordo com a American College of Cardiology Foundation e a American Heart Association, 64% dos homens e 75% das mulheres acima dos 70 anos têm pressão alta. Porém, apenas um em cada três homens e uma entre quatro mulheres desse grupo controlam a pressão arterial adequadamente.


                                                



                              
    Alguns estudos demonstram  que o aumento da pressão arterial ao decorrer do avanço da idade tem relação com a hiperatividade do sistema nervoso simpático, com a diminuição da complacência e da distensibilidade do sistema arterial em indivíduos idosos  hipertensos. O diâmetro aórtico é aumentado de 15% a 35% no período dos 20 aos 80 anos de idade. Ocorre a fragmentação da elastina e um aumento de colágeno no tecido conjuntivo, o que diminui a elasticidade e um consequente aumento da resistência vascular periférica na aorta. A hipertensão sistólica isolada nos idosos acontece com muita frequência devido ao endurecimento da aorta, visto que a pressão sistólica tem a tendência de se elevar durante toda a vida. Já os níveis de pressão diastólica aumentam até a faixa de 55 aos 66 anos e, então, seus níveis lentamente declinam após essa idade. Dessa forma, o aumento de incidência de hipertensão arterial sistêmica no idoso se deve em grande parte ao aumento da frequência de hipertensão sistólica isolada. São diversos os fatores de risco que levam ao desenvolvimento da hipertensão arterial em idosos, dentre eles:


   ·    Ganho de peso corpóreo, sendo que ,em excesso, a probabilidade de desenvolvimento de  
       hipertensão aumenta de 2 a 6 vezes.                                           
  1. ·     Falta de regulamentação dietética, já que muitos idosos ingerem quantidades altas de sal pois    a sensibilidade dos receptores de sal na boca é diminuída com o avançar da idade. Associado ao baixo consumo deste, a dieta deve conter baixo teor de gordura, colesterol e sódio e elevado teor de potássio e fibras.
    ·   O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial. Uma quantidade de ingestão  superior a 30 ml de álcool por dia é capaz de dobrar a probabilidade de o indivíduo desenvolver um quadro de hipertensão, comparado com aquele que não consome álcool.
    ·     Vida sedentária com  ganho excessivo de peso, o que pode ser agravado pela falta da prática        de exercícios aumentando o fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão.
    ·      Herança genética comum entre os membros da família.
    ·      O uso de medicamentos que contribuem para a elevação da pressão do sangue e que também pode interferir a eficácia da ação de drogas  anti-hipertensivas como anti-inflamatórios, descongestionantes nasais, ciclosporina, antidepressivos tricíclicos, inibidores oxidases não aminos. 

                     

                Você sabia que a posição em que é medida a pressão arterial em idosos interfere os resultados obtidos? A pressão medida na posição vertical (em pé) ou horizontal ( deitado ou até mesmo sentado) podem ser distintas ao  compara-las. A queda de 30% ou mais da pressão arterial sistólica quando o idoso se encontra em pé, após estar em posição sentada, pode ser chamada de hipotensão postural. Dessa forma, para a adequada mensuração da pressão arterial, é recomendado medi-la nas duas posições para a obtenção de resultados fidedignos.

    Referencias bibliográficas:

    http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/907826-controle-de-hipertensao-em-idosos-ganha-diretriz.shtml
    http://www.acemfc.org.br/sites/default/files/artigos/hipertensao_arterial.pdf

sábado, 26 de janeiro de 2013

Hipertensão e gravidez


    A gestação é um período delicado na saúde da mulher. Grandes mudanças ocorrem no metabolismo feminino, podendo desencadear doenças que afetam tanto a mãe como o bebê, tornando, às vezes, a continuidade da gestação incompatível com a sobrevivência dos dois.
     Uma dessas possíveis doenças é a hipertensão arterial, a primeira causa de morte durante a gestação. Cerca de 37% das mortes tanto maternas como fetais acontecem por complicações durante a gravidez, causadas pela elevação da pressão arterial. Crescimento fetal restrito e prematuridade fetal também são consequências da hipertensão.
   A hipertensão é diagnosticada na gestante quando os níveis pressóricos são iguais ou maiores que 140/90mmHg e podem se apresentar de quatro formas distintas:
  • pré-êclampsia/eclampsia (doença específica da gravidez);
  • hipertensão crônica;
  • pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica;
  • hipertensão gestacional.
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia 
   Os casos que apresentam pré-eclâmpsia caracterizam-se pela mulher que tinha a pressão arterial normal mas que, ao engravidar, tiveram uma elevação dos níveis pressóricos. Surge a partir da 20º semana e, principalmente, no 3º trimestre. Pode ser acompanhada de outros sintomas como proteinúria (aumento da perda de proteínas na urina), edema generalizado e, às vezes, alterações de coagulação e das funções hepáticas.
   Entretanto, esse quadro pode evoluir para eclampsia, quando a pressão aumenta muito, diminuindo o fluxo sanguíneo para o cérebro (podendo gerar convulsões, sangramento vaginal ou até mesmo levar ao coma). A ocorrência da forma mais grave pode ser evitada pela antecipação do parto. Após o parto, os níveis pressóricos retornam aos valores normais.
Hipertensão crônica
   São os casos em que as mulheres apresentam níveis pressóricos elevados antes da gravidez, do quarto mês de gestação ou também seis semanas após o parto. Os riscos de complicação são pequenos, a não ser que o tipo que será descrito a seguir aconteça.
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica
   Acontece quando a mulher já é hipertensa antes e desenvolve pré-eclâmpsia durante gravidez. É a forma mais grave e perigosa para ambos.

Hipertensão gestacional
   Ocorre aumento da pressão arterial durante a gravidez ou nas primeiras 24hrs após o parto. Pode gerar a doença (a mãe se torna hipertensa após a gravidez) ou retornar em gestações posteriores.

  Portanto, a consulta antes da concepção, sempre que possível, pode ser muito benéfica para o controle não só da hipertensão, mas de outros fatores que podem gerá-la durante a gravidez, além de outras enfermidades. O acompanhamento médico a partir do pré-natal pode prevenir a mãe e o bebê de muitas complicações e garantem saúde e tranquilidade durante e após a gravidez.

Referências






Hipertensão Arterial e o Álcool


O aumento da pressão arterial como consequência do consumo excessivo de bebidas alcoólicas serve de base para diversas pesquisas. Mas é bem verdade que alguns autores divergem entre si.
Resultados de estudos experimentais mostram que a ingestão de uma única dose de álcool pode causar inicialmente a queda de pressão - efeito hipotensor imediato - depois a eleva gradualmente - efeito pressor tardio - que é o período de depuração do etanol consumido.
Para alguns pesquisadores esse efeito pressor decorrente da ativação simpática é uma manifestação de abstinência. Mas para outros a hipertensão é consequência da modificação dos vasos sanguíneos que ficam sobrecarregados.
A relação entre álcool e a hipertensão ainda não é totalmente compreendida. Existem algumas hipóteses que poderiam explicar o motivo pelo qual se eleva a pressão arterial ao se ingerir bebida alcoólica, tais como:
  •          Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, um dos responsáveis pela ação direta sobre as vias inibitórias que controlam o centro vasomotor;
  •          Descarga adrenérgica central;
  •          Aumento da secreção de cortisol;
  •          Redução da sensibilidade à insulina;
  •          Variabilidade da frequência cardíaca;
  •          Efeitos diretos do etanol sobre a musculatura periférica;
  •          Aumento nos níveis de hormônio antidiurético;
  •          Desbalanço eletrolítico.
Estudos realizados revelam que existe a relação dose / resposta linear. Então, a partir de 3 doses de álcool  por dia há um aumento da pressão arterial. Porém, a redução do consumo diminui a pressão, minimizando desse modo o risco de doença coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e acidente isquêmico transitório ( AIT, mini - AVC).
Observou-se também um fato curioso, o risco de hipertensão não depende do tipo de bebida ingerida, e sim beber fora dos horários das refeições, independente da quantidade.


Referências Bibliográficas:

                   http://www.cisa.org.br/

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013




Hipertensão e Tabagismo

  A hipertensão está associada alguns fatores: má alimentação, sal em excesso, álcool, estresse e fumo. O tabagismo pode causar 50 doenças diferentes, mas geralmente, o fumo é somente associado a problemas respiratórios e ao câncer de pulmão. Contudo, o hábito de fumar também pode aumentar a pressão sanguínea. Desta forma, a pessoa que fuma é mais propensa a desenvolver hipertensão e doenças do coração (SBH, 2013).
O percurso da fumaça no organismo humano: quando tragada, passa nos aos alvéolos pulmonares e, via corrente sanguínea, circulam pelo corpo, alojando-se nos vários órgãos. A composição do cigarro possui cerca de 4,7 mil (Imagem 1) substâncias tóxicas, dentre elas, a nicotina e o monóxido de carbono e ainda elementos radioativos.  

                                                Imagem 01: substâncias que compõem o cigarro.
 A nicotina é uma droga psicoativa causadora da dependência segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela prejudica o sistema cardiovascular, pois estimula o aumento na liberação de catecolaminas, responsáveis por aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, com aumento da necessidade de oxigênio; sendo também responsável por maior depósito de gordura nos vasos e aumentar a formação de coágulos (BRASIL; 2013. SOUZA, Jorcemino Carlos de Almeida Souza, 2013).

Referencial

BRASIL. Dependência Química: Tabagismo. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/dependencia-quimica/tabagismo1>. Acesso em: 14 de janeiro de 2013.

SOUZA, Jorcemino Carlos de Almeida. Caderno de Educação: tabagismo. Paraná: Universidade Estadual de Maringá. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2276-6.pdf>. Acesso em: 14 de janeiro de 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO (SBH). Cigarro aumente o risco de Hipertensão e Custos para a Saúde. Sociedade Brasileira de Hipertensão.

sábado, 19 de janeiro de 2013

                Exercícios Físicos mais indicados 


Indivíduos hipertensos devem ser devidamente acompanhados por profissionais especializados para melhor indicarem os adequados exercícios que envolvem o tratamento não medicamentoso da doença. A prática moderada de exercícios é a mais indicada, pois a prática aeróbica e anaeróbica de alta intensidade com longa duração pode levá-los  à um risco de morte, devido à elevação bruta da pressão arterial. Segundo os especialistas, indivíduos que possuem uma pressão arterial sistólica superior a 160mmHg ou uma pressão arterial diastólica acima de 100mmHg precisam ser encaminhadas a um médico antes do início de treinamento físico. Os que possuem uma pressão arterial sistólica acima de 250 mmHg seria mais indicado o trabalho aeróbico moderado e de longa duração, que  visa a redução ou regularização da pressão arterial. É importante destacar o controle da redução da ingestão de sal para que o processo seja mais eficaz. Dessa forma, a intensidade do exercício está intimamente associada com a eficácia de redução da pressão arterial.



                                                      
                                                                          

 A prática de exercícios físicos promove a retirada do individuo do seu estado de homeostase, pois proporciona uma maior demanda energética pelo organismo como um todo. Para suprir essa necessidade metabólica, várias modificações fisiológicas ocorrem, dentre elas, respostas cardiovasculares que dependem das características especificas do exercício executado. Os exercícios podem ser classificados de dois modos principais: exercícios dinâmicos ou isotônicos e estáticos ou isométricos. Em ambos há contração muscular, mas o primeiro é seguido por movimento articular, diferentemente do segundo. As respostas cardiovasculares obtidas por um são distintas, comparadas com as do outro.

         Observa-se um aumento da frequência cardíaca e do débito cardíaco com redução do volume sistólico nos exercícios estáticos. Por outro lado, há um aumento da resistência vascular periférica, que implica no aumento exagerado da pressão arterial, devido á contração muscular mantida durante a contração isomérica. A obstrução mecânica do fluxo sanguíneo provocada pela contração faz com que os metabólitos produzidos se acumulem. Por consequência, eles ativam quimiorreceptores musculares que aumentam, de maneira expressiva, a atividade nervosa simpática.  Quanto maior for a duração, a intensidade e a massa muscular exercitada, maior será as respostas cardiovasculares obtidas.  
    
     Já os exercícios dinâmicos (como caminhar, correr, nadar, por exemplo), por possuírem movimentos articulares no processo de contração, não causam a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo. Nesse caso também há um aumento da atividade nervosa simpática pela ativação do comando central.  Observa-se também o aumento da frequência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco. A resistência periférica é reduzida, nesse tipo de exercício, pela produção de metabólitos musculares que promovem a vasodilatação na musculatura em atividade. Ocorre, dessa maneira, um aumento da pressão arterial sistólica e manutenção ou redução da pressão diastólica. A maior quantidade de massa muscular exercitada de forma dinâmica provoca um aumento da frequência cardíaca. Os exercícios resistidos ou popularmente conhecidos como exercícios de musculação, quando executados em altas intensidades, aumentam a frequência cardíaca e podem aumentar, de maneira exacerbada, a pressão arterial à medida que ocorre a repetição do exercício.
     
     Dessa forma, os exercícios mais indicados seriam os aeróbicos de intensidade leve. O ideal seria, no mínimo, a prática de exercícios aeróbicos durante 20 minutos por dia. A prática aeróbica  mais intensa, como uma leve corrida, pode ser feita aos poucos aumentando-se o tempo de duração do exercício. Há um detalhe importante que não pode ser esquecido: medir a pressão arterial antes, durante e após os exercícios  Uma caminha, pedalada ou natação, além de serem eficientes para manutenção ou queda da pressão arterial, ajudam a queimar as indesejáveis gordurinhas.

                                             


Referencias bibliográficas:
         
http://sis.posugf.com.br/AreaProfessor/Materiais/Arquivos/824.pdf
http://mdemulher.abril.com.br/blogs/dieta-nunca-mais/2011/09/quais-sao-os-exercicios-mais-     adequados-para-hipertensos-acima-do-peso/                             

domingo, 13 de janeiro de 2013

Sistema renina-angiotensina-aldosterona


    O controle da homeostase cardiovascular é consequência de intrincados sistemas que o organismo conquistou durante a evolução para sobreviver às variações do meio em que vive. Entre esses vários sistemas, um dos principais é o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA).
    Esse sistema compreende uma cascata de reações bioquímicas realizadas por um conjunto de enzimas, peptídios e pró-hormônios que regulam a pressão arterial e o equilíbrio eletrolítico.

Componentes do sistema:

· Renina: enzima proteolítica (enzima que quebra ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas) conversora de angiotensinogênio e angiotensina I. Produzida, armazenada e secretada pelas células justaglomerulares (células musculares modificadas da arteríola aferente nos rins);

· Angiotensinogênio: alfa-2 globulina produzida no fígado e circulante no plasma na forma inativa, onde irá atuar a renina;
·  Enzima de Conversão da Angiotensina (ECA): converte angiotensina I em angiotensina II;
· Angiotensina I: peptídeo que, pela ação da ECA, gera angiotensina II;
· Angiotensina II: substância final responsável pela regulação.
        
       Reações:

    Nesse sistema, primeiramente, há a liberação da renina pelas células justaglomerulares renais, que vai para a corrente sanguínea até alcançar o fígado. Nesse órgão, por ação da renina, o angiotensinogênio se transforma em angiotensina I, que se dirige aos pulmões onde, catalisada pela ECA, sofrerá hidrólise e gerará a substância final, o angiotensinogênio II. 
          O angiotensinogênio II é o responsável pelas mudanças que são consequência de todo esse processo. Ele promoverá a vasoconstrição e estimulará a produção de aldosterona, hormônio que retém sódio e água. Esse sistema será ativado quando houver diminuição da pressão e baixa volemia (baixa na circulação de sangue no corpo). Dessa forma, fica evidente que ele causa o aumento da pressão arterial até que se alcance a normalidade. Entretanto, a hiperatividade do mesmo causa hipertensão arterial e lesões em órgãos-alvo como a hipertrofia e insuficiência cardíacas, alterações renais etc. 
         Alguns medicamentos anti-hipertensivos são usados para controlar a pressão sanguínea a partir do SRAA.

      Referências: 
       http://www.fisiologiaufs.xpg.com.br/apostilas/sistema_renina_angiotensina.pdf
       http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-3/016.pdf

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Estresse como fator de risco à hipertensão

O que é o estresse?

  A Hipertensão Arterial é uma doença complexa quando se observa os caminhos, ou seja, os fatores que culminam no estado de hipertenso de um indivíduo. Entre esses vários fatores, se destaca atualmente o estresse.
  Cada vez mais, pesquisas têm ressaltado a relação do estresse com o surgimento da hipertensão arterial. Já foi demonstrado que os tradicionais fatores de risco (obesidade, tabagismo, idade, sexo e outros) correspondem a apenas metade dos casos de doenças cardiovasculares, sendo as influências emocionais um dos principais desencadeadores.
    A conturbada vida nos grandes centros urbanos, as decisões no trabalho, a família, a violência, os congestionamentos cada dia maiores e muitas outras situações que são cotidianas nas nossas vidas geram um desequilíbrio no organismo e, por isso, são considerados fatores estressores. Essas situações anteriormente citadas são consideradas agentes estressores negativos e de amplo conhecimento popular, entretanto, situações prazerosas também são consideradas estressores por também causarem desequilíbrios que geram as mesmas reações no organismo.
  Sendo assim, o estresse pode ser definido como uma cascata de reações neuroendócrinas e bioquímicas criadas pelo organismo para gerar uma resposta (que pode durar milissegundos ou dias)  frente a uma situação que demanda uma atitude de fuga ou enfrentamento. Todas essas reações que ocorrerão no corpo buscam manter a homeostase do organismo.

Primeiro estudo do estresse


   O primeiro experimento que demonstrou as reações do organismo diante de estressores foi realizado pelo endocrinologista Hales Selye, na universidade canadense de McGill, em 1936.

Buscando novos hormônios na placenta, Selye observou várias mudanças quando se injetava certa quantidade de substrato da própria placenta nos ratos estudados. Entretanto, concluiu que essas mudanças não poderiam ser consequência do substrato placentário que fora injetado, visto que até mesmo os ratos de controle, que foram injetados com placebo, apresentaram as mesmas reações. Sendo assim, Selye supôs que a injeção e/ou a manipulação durante o experimento seriam as causas dessas variações.

   Para confirmar essa hipótese, os ratos receberam diversos estímulos como frio, excesso de exercícios, intoxicação e injúria tecidual e, mesmo com os vários estímulos diferentes, apresentaram os mesmos resultados. Sendo assim, Selye concluiu que, na verdade, se tratava de uma reação geral de alarme que adaptava o organismo a uma determinada situação sendo chamado posteriormente de síndrome de adaptação geral, que causava úlceras gástricas, hipertrofia das glândulas adrenais e uma diminuição do baço, timo e gânglios linfáticos.

  Quando, em 1936, a pesquisa foi publicada na revista Nature, o termo reação de alarme foi substituído pela palavra stress que se consagrou em várias línguas e era empregado desde 1658 para se referir à forças de deformação em um material.

Introdução à Fisiologia do estresse

A reação de cascata ocasionada pelo estresse é realizada pelo sistema nervoso autônomo (SNA) e pelo eixo hipófise-hipotálamo-adrenal (HHA) além de outras regiões que permitem ações complementares na resposta do organismo.
Por meio da inervação dos órgãos-alvo, o SNA (simpático e parassimpático) é o responsável pela resposta mais rápida ao agente estressor, mudando rapidamente os estados fisiológicos do organismo como, por exemplo, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial por meio da liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina. Como consequência do sistema parassimpático, essa resposta diminui rapidamente.
O estresse também irá ativar o eixo HHA que é responsável por uma resposta mais lenta, ocorrendo vários minutos após a exposição ao estressor. Quando da sua ativação, o eixo HHA aumentará a concentração de glicocorticoides circulantes, caracterizado por uma explosão secretória.
Deve-se lembrar que esses são eixos de resposta ao estresse agudo. Caso a ação estressora se torne crônica, haverá mudanças no funcionamento do sistema cardiovascular e geração de doenças.